terça-feira, 1 de março de 2011

Eu sou cabeça, sou mais importante que o pé...

" Assim o corpo não consiste em um só membro, mas em muitos.
Se o pé dissesse: Eu não sou a mão; por isso, não sou do corpo, acaso deixaria ele de ser do corpo?
E se a orelha dissesse: Eu não sou o olho; por isso, não sou do corpo, deixaria ela de ser do corpo?
Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se fosse todo ouvido, onde estaria o olfato?
Mas Deus dispôs no corpo cada um dos membros como lhe aprouve.
Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?
Há, pois, muitos membros, mas um só corpo.
O olho não pode dizer à mão: Eu não preciso de ti; nem a cabeça aos pés: Não necessito de vós.
Antes, pelo contrário, os membros do corpo que parecem os mais fracos, são os mais necessários.
E os membros do corpo que temos por menos honrosos, a esses cobrimos com mais decoro. Os que em nós são menos decentes, recatamo-los com maior empenho, ao passo que os membros decentes não reclamam tal cuidado. Deus dispôs o corpo de tal modo que deu maior honra aos membros que não a têm, para que não haja dissensões no corpo e que os membros tenham o mesmo cuidado uns para com os outros.
Se um membro sofre, todos os membros padecem com ele; e se um membro é tratado com carinho, todos os outros se congratulam por ele.
Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros." (I Cor 12, 14-27)

Esta palavra é auto-explicativa, impossível que não se possa entendê-la !
Me deixa profundamente chateado quando encontro pessoas que fazem questão de viver o contrário de tudo isso dentro da Igreja.
E nem poderão um dia dizer que não sabiam o que estavam fazendo...
Como pode-se falar de união, quando a individualidade é colocada como uma escada elevando o ego acima do próprio serviço da Igreja.
Nossa que coisa linda comunidades que já visitei onde a alegria de servir, a unidade pastoral e a felicidade em viver a Eucaristia são quase que palpáveis...
Comunidades simples, formada de pessoas simples, e que em sua simplicidade doam muito mais que elas mesmo imaginam.
Ao contrario de outras que tem uma grande quantidade de "doutores da lei", "conhecedores da verdade absoluta", e aprisionam, intimidam a comunidade mais simples...
Me vem à lembrança a palavra que fala sobre a pobre viuva, depositou as moedas de sua simplicidade, e foi muito mais que todo tesouro que poderia existir na terra aos olhos de de Deus.
Ou a do pecador que reconhecia seu pecado e nem sequer levantava o olhar.
Ainda a própria oferta de Abel sendo mais agradável que a de Caim.
Em minha vida eu vejo Deus brincando e correndo no meio das crianças, mesmo que seja na Igreja.
Eu vejo Jesus Cristo sorrindo com a juventude e suas baterias, guitarras, baixos, pedaleiras, violões.
Quantas criticas, palavras de desincentivo lançadas ao ar.
Eu presto atenção nas atitudes que são tomadas dentro das nossas comunidades, mesmo que sejam tomadas por mim.
Concordo que a Igreja é um espaço Sagrado, porém não entendo a Igreja sendo mostrada como um local onde "nada pode".
Não pode dançar na Igreja....
Não pode deixar as crianças correrem na Igreja....
Não pode falar alto na Igreja...
Não pode fazer piada na Igreja...
Será que pode deixar Jesus entrar na Igreja?
Quantas criticas já ouvi por que pessoas dançavam na hora do hino de louvor, no Glória...
Ser feliz na Igreja agora é pecado?
Ainda esses dias ouvi pessoas dizerem que o movimento que faço parte é formado por um "bando de histéricos e fanáticos". Meu Deus! Ainda existe isso na Igreja?
A começar em mim, precisamos ter a simplicidade de Jesus Cristo, que sendo Deus, se fez homem.
O Cristo que quebrou regras, para dar vida à fé de seus irmãos.
Até quando esse ou aquele líder vai tomar a posição de cabeça, e, desprezar os demais.
Agir como se fosse o "Sumo Sacerdote", agir como Fariseu, tentar enfiar goela abaixo uma lei morta...
Jesus não veio abolir a lei, mas sim, aperfeiçoa-la, fazer com que as pessoas amassem a lei.
Jesus não queria que a humanidade vivesse a realidade dos mandamentos sem amor...
Não queria que eu deixasse de matar meu irmão por medo de ir para o inferno, mas sim, porque amo o meu irmão...
Assim na Igreja não se deve impor leis e regras à força, mas sim no amor....
Porque vou elevar um canto de louvor ao Senhor?
Porque amo meu Senhor. Não porque ela é mais ou menos bela que qualquer outra oração...
Porque tenho que fazer silêncio na Igreja? Senão vou para o inferno?
Não!
Devo fazer silêncio porque o Senhor tem algo a falar no silêncio do meu coração. E em meio a turbulência posso não escutar, e se escutar talvez não entender.
Devemos reverenciar o altar por medo de ser "castigado por Deus"?
Não, mas porque naquele altar todo o sacrifício de morte e ressurreição de Jesus acontece a cada celebração Eucarística.
Será que eu tenho buscado o sentimento de amor contido em cada Movimento e Pastoral da minha Igreja?
Ou tenho me fechado na minha verdade e vivido um farisaísmo?

Caminhemos como membros de um único corpo, não como o membro mais importante do corpo, ou pior, como o único membro do corpo.

Paz, graça e unção da parte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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